quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Gestalt e Psicologia da Morte (Parte III)

Evitação de Contato

Na cultura ocidental, o vinculo que mantemos com as pessoas e as coisas é
muito valorizado, ao mesmo tempo em que as situações de despedidas e quebras
de vínculos não são encaradas de maneira profunda. O contato com os
sentimentos e sensações que emergem num contexto de morte, é geralmente
evitado, ou então acontece de forma rápida e superficial. A dor do luto é
negada, e as pessoas geralmente estão acostumadas a ouvir frases do tipo:
“Não chore” ; “vai passar”; “ bola pra frente”.
Existem muitas maneiras de se evitar o contato com a dor, há muitas maneiras
do indivíduo permanecer intacto ou parcialmente intacto, mas sempre às
custas da negação de partes valiosas de seu próprio self.
A perda não é aceita, no entanto, é impossível viver sem perder. Perdemos
pessoas (por morte ou qualquer outro tipo de separação), sonhos ou
expectativas de futuro ( por realização, adiamento ou desistência), imagem
ou função corporal (por envelhecimento, acidentes, doenças), casa ou
referência geográfica (pelas mais variadas mudanças), papéis ou ocupações
profissionais( por aposentadoria, desemprego) e a própria vida ( pela
morte). O ser humano apresenta a tendência de utilizar seus recursos
defensivos para não viver tais perdas com intensidade.
A dor do luto, quando não é integrada ao processo vivencial, quando é
evitada, refletirá em toda a vida da pessoa como uma situação inacabada.
Toda evitação de contato é uma fuga do momento presente, e é apenas
contatando o presente que existe a possibilidade de fechar as situações
abertas. Re-significar a dor é estabelecer uma nova forma de experiência,
fazer uma virada de mesa na própria "ironia do destino" e, antes de tudo, crescer.

Obs: Peço desculpas pela formatação do texto. Não estou conseguindo fazer ele ficar "bonitinho". rsrs