sexta-feira, 3 de abril de 2009

Gestalt e Psicologia da Morte (Parte VI)

A Morte como Frustração e possibilidade de Amadurecimento

A dor do luto é um sintoma, uma maneira de alcançar o equilíbrio pela auto-regulação. Ele é uma manifestação não apenas do inconsciente, da mente, mas da integração entre corpo e mente. Tomando a morte ou as perdas como frustrações, podemos vislumbrar nela também a possibilidade de amadurecimento. Para a Gestalt-terapia, a maturação é um processo de crescimento contínuo, em que o apoio ambiental é transformado em auto-apoio. O equilíbrio variável entre apoio e frustração capacita a pessoa a tornar-se independente, livre pra usar seu potencial inato.A morte, portanto, é uma experiência que dá possibilidade para amadurecimento, mas na medida em que é vivenciada com toda sua intensidade e que a frustração é integrada ao momento vivencial. O contato com a frustração e a tomada de consciência com as mudanças que se processam dará a possibilidade à pessoa de reequilibrar-se, através da re-significação dos vínculos perdidos. Por outro lado, quando existe a tentativa de se viver o mais “normal” possível, as pessoas tendem a isolar a dor, distanciar-se da frustração, desconsiderando o vivido em seu aspecto existencial como um todo, e então não há aprendizado, não há amadurecimento.