Hoje me perguntei sobre o egoísmo... Quase caí na cilada maniqueísta: é ruim ou bom?
Então perguntei-me, como me sinto agora, refletindo sobre isso. E descobri, que essa dúvida não é algo pertinente, para mim...Descobri que fui afetado por esse quase-dilema pelo fato de ele estar ali representando uma tentativa de fechamento de algo lá atrás que ficou em aberto. Mas me incomoda a maquiagem. Meus dentes travam. O cenho fica cerrado. Tensão. O natural me atrai.
domingo, 12 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Gestalt e Psicologia da Morte (Parte VI)
A Morte como Frustração e possibilidade de Amadurecimento
A dor do luto é um sintoma, uma maneira de alcançar o equilíbrio pela auto-regulação. Ele é uma manifestação não apenas do inconsciente, da mente, mas da integração entre corpo e mente. Tomando a morte ou as perdas como frustrações, podemos vislumbrar nela também a possibilidade de amadurecimento. Para a Gestalt-terapia, a maturação é um processo de crescimento contínuo, em que o apoio ambiental é transformado em auto-apoio. O equilíbrio variável entre apoio e frustração capacita a pessoa a tornar-se independente, livre pra usar seu potencial inato.A morte, portanto, é uma experiência que dá possibilidade para amadurecimento, mas na medida em que é vivenciada com toda sua intensidade e que a frustração é integrada ao momento vivencial. O contato com a frustração e a tomada de consciência com as mudanças que se processam dará a possibilidade à pessoa de reequilibrar-se, através da re-significação dos vínculos perdidos. Por outro lado, quando existe a tentativa de se viver o mais “normal” possível, as pessoas tendem a isolar a dor, distanciar-se da frustração, desconsiderando o vivido em seu aspecto existencial como um todo, e então não há aprendizado, não há amadurecimento.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Gestalt e Psicologia da Morte (Parte V)
Tomada de consciência, o Aqui-Agora
O Aqui-agora é o tema central para se refletir sobre a experiência da vida e
da morte. Na Gestalt-terapia, a tomada de consciência do presente é a
direção para enfatizarmos nosso contato autêntico com o meio. É através
desse contato com o momento presente que o indivíduo tem a possibilidade de
entrar em “Awareness”. O Awareness é um estado em que o organismo mantém-se
consciente de seu ciclo de iniciação e destruição de Gestalten. Nessa
condição, a pessoa descobre os mecanismos pelos quais ela aliena parte dos
processos de seu self, evitando a consciência de si e de seu ambiente.
Certa vez, um pianista chamado Vladimir Horowitz tocou uma peça musical
contemporânea dissonante em uma reunião particular. Ao final, alguém
perguntou: “Eu simplesmente não entendi o que essa peça significa, senhor
Horowitz. O senhor poderia explicá-la?” Sem uma palavra, Vladimir Horowitz
tocou novamente a peça, voltou-se ao indagador e anunciou: “É isso o que ela
significa!”.
Essa história retrata de forma simples a dificuldade em se lidar com a
consciência do agora. Fritz fala que o óbvio é uma das coisas mais difíceis
de entender. Muitas pessoas acabam bloqueando seus sentidos para evitar o
contato com o Agora. Elas olham, mas não vêem, escutam, mas não ouvem. Dessa
forma, se alienam, seguindo uma existência sem sentido para elas mesmas.
Nesse sentido, a Gestalt compartilha com o pensamento oriental a
contemplação e celebração de cada momento da vida. O viver no Aqui-Agora,
pregado até mesmo como filosofia de vida, significa estar livre das regras e
convenções impostas pelo intelecto, usufruindo da vida com naturalidade,
simplicidade e espontaneidade. Cada um tem seu próprio ritmo no Aqui-agora,
focalizando a mente no presente. É no presente que as experiências são
vivenciadas. As preocupações e agitação do cotidiano, detêm a mente do ser
humano. A Gestalt-terapia, por influência do zen-budismo, assume que a
postura do indivíduo deve ser de plena consciência de tudo o que se faz, o
que demanda uma constante observação e vivência da realidade.
Em contraste com esse pensamento, no mundo ocidental as pessoas tendem a
adiantar expectativas futuras ou a retroceder ao passado para defenderem-se
da dor do reconhecimento da possibilidade de morte no presente. O
reconhecimento da morte como inevitável, se integrado ao Aqui-agora, ao
momento presente, pode significar um amadurecimento precioso ao indivíduo,
na medida em que ele for por si mesmo assumindo a responsabilidade por dar
qualidade ao seu modo de viver, através da integração das partes do
organismo que foram descartadas pela auto-alienação.
da morte. Na Gestalt-terapia, a tomada de consciência do presente é a
direção para enfatizarmos nosso contato autêntico com o meio. É através
desse contato com o momento presente que o indivíduo tem a possibilidade de
entrar em “Awareness”. O Awareness é um estado em que o organismo mantém-se
consciente de seu ciclo de iniciação e destruição de Gestalten. Nessa
condição, a pessoa descobre os mecanismos pelos quais ela aliena parte dos
processos de seu self, evitando a consciência de si e de seu ambiente.
Certa vez, um pianista chamado Vladimir Horowitz tocou uma peça musical
contemporânea dissonante em uma reunião particular. Ao final, alguém
perguntou: “Eu simplesmente não entendi o que essa peça significa, senhor
Horowitz. O senhor poderia explicá-la?” Sem uma palavra, Vladimir Horowitz
tocou novamente a peça, voltou-se ao indagador e anunciou: “É isso o que ela
significa!”.
Essa história retrata de forma simples a dificuldade em se lidar com a
consciência do agora. Fritz fala que o óbvio é uma das coisas mais difíceis
de entender. Muitas pessoas acabam bloqueando seus sentidos para evitar o
contato com o Agora. Elas olham, mas não vêem, escutam, mas não ouvem. Dessa
forma, se alienam, seguindo uma existência sem sentido para elas mesmas.
Nesse sentido, a Gestalt compartilha com o pensamento oriental a
contemplação e celebração de cada momento da vida. O viver no Aqui-Agora,
pregado até mesmo como filosofia de vida, significa estar livre das regras e
convenções impostas pelo intelecto, usufruindo da vida com naturalidade,
simplicidade e espontaneidade. Cada um tem seu próprio ritmo no Aqui-agora,
focalizando a mente no presente. É no presente que as experiências são
vivenciadas. As preocupações e agitação do cotidiano, detêm a mente do ser
humano. A Gestalt-terapia, por influência do zen-budismo, assume que a
postura do indivíduo deve ser de plena consciência de tudo o que se faz, o
que demanda uma constante observação e vivência da realidade.
Em contraste com esse pensamento, no mundo ocidental as pessoas tendem a
adiantar expectativas futuras ou a retroceder ao passado para defenderem-se
da dor do reconhecimento da possibilidade de morte no presente. O
reconhecimento da morte como inevitável, se integrado ao Aqui-agora, ao
momento presente, pode significar um amadurecimento precioso ao indivíduo,
na medida em que ele for por si mesmo assumindo a responsabilidade por dar
qualidade ao seu modo de viver, através da integração das partes do
organismo que foram descartadas pela auto-alienação.
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